sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A Casas Bahia nas mãos de Michael

Por Marcelo Onaga - A Casas Bahia, maior rede de varejo de móveis e eletrodomésticos do país, com faturamento anual de aproximadamente 14 bilhões de reais e 60 000 funcionários, concluiu no início de agosto uma das mais importantes mudanças em seus 56 anos de história. Saul Klein, filho do fundador, Samuel, e irmão mais novo de Michael Klein, presidente da empresa, está fora da sociedade. Responsável pela área comercial da Casas Bahia e dono de um terço das ações da companhia, Saul vendeu sua parte para o irmão, que também detinha um terço. O terço restante continua nas mãos de Eva, irmã de Saul e Michael que vive nos Estados Unidos e não participa da administração da empresa. Para concretizar a compra, Michael teria recorrido a bancos e fundos estrangeiros em busca dos recursos necessários. Estima-se que Saul tenha recebido cerca de 4 bilhões de reais por sua participação. Procurados, os controladores da Casas Bahia não comentaram o assunto.
O principal motivo para a saída de Saul teria sido uma série de discordâncias com o irmão sobre a condução dos negócios e a decisão do pai de entregar o comando da empresa a Michael, o primogênito, como manda a tradição judaica. A saída do caçula dos Klein poderia abrir espaço para que Michael busque um investidor com capacidade para bancar o crescimento da rede. Por outro lado, a ausência de Saul representa uma lacuna na operação comercial.
Tido como grande negociador, era ele quem conseguia preços e prazos com os fornecedores em condições mais vantajosas do que a concorrência. Sua saída ocorre num momento em que o relacionamento da Casas Bahia com os fornecedores tende a ficar mais complexo. A recente compra do Ponto Frio pelo Pão de Açúcar criou, pela primeira vez, um concorrente com capacidade financeira e escala para se aproximar da liderança de mercado, exercida há anos pela Casas Bahia. O destino de Saul Klein é incerto. O empresário não gosta de se expor, raramente é fotografado e ainda não anunciou o que vai fazer com os bilhões recebidos.

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