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Mas Aldo preferiu se mudar para o Rio de Janeiro para ser trainee da fabricante de cigarros Souza Cruz, não sem antes ter que dar explicações. “Muitos me perguntaram se eu teria que começar a fumar para trabalhar lá. Até um professor me questionou sobre os motivos da minha escolha”, diz. Aldo acabou convencendo todos de que aquela era uma boa decisão. Seus argumentos?
A Souza Cruz ofereceu as melhores perspectivas de carreira e foi transparente com relação à questão do cigarro. “Não vejo problema em trabalhar em uma empresa de tabaco. A Souza Cruz fala claramente que o produto oferece riscos, mas se dirige ao público adulto, que escolhe fumar onscientemente”, diz. Polêmicas à parte, Aldo tem hoje uma carreira ascendente na companhia. O jovem gestor ilustra bem a agressividade do plano de carreira na Souza Cruz.
Com menos de um ano de casa, foi promovido a gerente de tesouraria, antes mesmo de concluir o programa de trainee, e deve receber mais uma promoção no fim do ano para uma área nova. Neste ano, a Souza Cruz vai investir 6 milhões de reais no desenvolvimento de seus funcionários. Os programas incluem parcerias com algumas das melhores escolas de negócios do país, como a Coppead-UFRJ, no Rio, e a Fundação Dom Cabral, em Belo Horizonte. Criada há dez anos, a academia de trainees da empresa,da qual Aldo participou, recebe todo ano 25 jovens, que fazem um "mini-MBA" de 18 meses.
No semestre final, eles são promovidos a gerentes e participam de sessões de coaching. A empresa também oferece oportunidades de carreira internacional, pois faz parte da British American Tobacco, o segundo maior grupo fumageiro do mundo. “Em geral, setores que trabalham com produtos polêmicos têm políticas de desenvolvimento e remuneração bem agressivas, já que o negócio em si não é um diferencial na atração e retenção de profissionais”, diz Thais Blanco, consultora sênior da Hewitt Associates, de São Paulo. “A indústria tabagista, por exemplo, é pioneira na criação de universidades corporativas.(http://www.vocesa.com.br/)”.
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